sábado, 30 de junho de 2007

Na última hora, como sempre...

# Credo, tenho que parar com essa mania de fazer tudo na última hora! Fui arrumar de postar bem no último dia do mês!
# Mas até que faz sentido. Estou no fórum a bem menos tempo que o resto do pessoal aí pra baixo. Ainda sou uma iniciante de iniciante no RPG (estou com um livro de jogador que aceitaram me emprestar por um dia, mas sinto que só dá pra entender tudo mesmo na prática), aos pouquinhos vou pegando o jeito. ^_^
# Enquanto isso, contento-me a assombrar a seção de Contos e Poesias. O texto que escolhi mandar é uma "relíquia" (se é que algo que tem menos de três meses pode ser chamado assim): uma de minhas primeiras assinaturas. Era pra ser uma tirinha, mas eu tava com preguiça de desenhar...


Humanidade


BRAM: Vampiros matam para se alimentar, não podem ver o Sol e nem o próprio reflexo... Você não sente vontade de ser humano, não, Vlad?

VLAD: Vontade de matar por dinheiro? De destruir o ambiente em que vivo? De detonar meu próprio corpo para manter minha imagem na moda? Não, obrigado.

BRAM: ...

BRAM: Vlad, dói muito virar vampiro?

A Sinfonia

Surgira-me durante aquela madrugada fria e chuvosa e disse-me que era um compositor de música clássica do século XIX. Falou-me ainda que, incluindo-se dentro do Romantismo musical típico da época, criou um grande número de obras, mas jamais obteve êxito ou qualquer tipo de reconhecimento por parte do publico, a não ser por um pequeno grupo de admiradores incondicionais. Tanto é que a posteridade não registra seu nome, a não ser em antigas e minuciosas enciclopédias musicais e, mesmo assim, é citado em um pé de página, não perfazendo ao todo quatro linhas. Nascera na Alemanha, em Leipzig, no ano de 1826, e falecera na mesma cidade, em 1875, aos 49 anos. Chamava-se Matthäus Sturm.

Contou-me que criara concertos, para piano e para violino, inúmeras sonatas para piano e para outros instrumentos, obras de câmara, principalmente trios e quartetos, poemas sinfônicos, algumas missas e oratórios, uma infinidade de lieder e uma sinfonia. Esta, disse-me que escrevera um pouco antes de sua morte, sendo sua última obra, e que nela colocara “toda a sua alma”, pronunciando essa última palavra de forma intensa e misteriosa. Em seguida, deu-me um CD, do qual afirmava conter sua única sinfonia. O CD, sobre cuja gravação não recebi nenhuma informação do músico, era belamente encartado, apresentando na capa o enigmático e bizarro quadro “Concerto em um Ovo”, de Bosch. Não havia indicação alguma de ano ou local de origem, nem mesmo eram mencionados o nome da orquestra, do regente e da gravadora. As únicas informações eram da própria obra, intitulada “Grande Sinfonia em dó menor, opus 139”. Dividia-se nos tradicionais quatro movimentos, com as seguintes designações e respectivas durações: Appassionato (24:32); Adagio misterioso (22:17); Prestissimo (10:28) e Finale: grandioso (23:43), totalizando a sinfonia exatos 81 minutos.

Despedindo-se, o enigmático compositor ainda acrescentou que considerava a sinfonia como, de longe, a melhor e mais profunda de suas obras, única em que conseguiu expressar de forma íntegra a sua genialidade, mas que não teve tempo de publicá-la, uma vez que a morte o levou. Esclareceu também que jamais alguém na Terra ouviu tal obra, pois sua partitura nunca foi encontrada. Já abrindo a porta por onde entrara, para mergulhar novamente na sombria noite invernal, murmurou gravemente: “Tu serás o primeiro a escutá-la”. E partiu. Esclareço que tudo que narrou o misterioso músico foi no idioma alemão, o qual, na época, eu já havia dominado de forma satisfatória.

Desnecessário dizer que meu primeiro ato após a saída do compositor foi colocar o CD no som, apagar as luzes, sentar-me confortavelmente e buscar a maior concentração possível para escutar tão curiosa e absurda obra. E a partir de agora, portanto, tentarei descrever o indescritível. O que ouvi, senti, vi, presenciei, vivenciei sob influência daquela música necessito deixar nestas linhas.

Já no princípio da sinfonia, percebi a estranheza de suas notas. Era algo com a nítida base do Romantismo do século XIX, era uma sinfonia romântica, porém, ao mesmo tempo, soava diferente de todo e qualquer tipo de música já por mim ouvida, com uma intensidade melódica e veemência rítmica verdadeiramente inauditas. Mas o mais espantoso era que as notas da obra incutiam-me uma estranha certeza de que dentro de meu espírito existia uma chama divina capaz de tornar-me um deus. E essa chama eu senti inflamar-se, ao mesmo tempo que o cenário do meu quarto transfigurava-se assombrosamente. Tanto que, ao meu ver, já não era meu quarto, mas regiões ignotas por onde eu viajava atônito, lugares imateriais do universo infinito. Eram alturas vertiginosas, montes cobertos por sombrias florestas como as de um conto de fadas, onde eu avistava seres com os mais absurdos e mágicos aspectos, habitantes do inconsciente coletivo humano. Subia colinas e montanhas carregado por anjos imensos com brilhantes armaduras romanas; sobrevoava infernos sobre outros infernos, habitados por diabos e monstros de um horror tão inconcebível que fui obrigado a virar o rosto. Simultaneamente, sentia alcançar a máxima felicidade e sofrer toda a dor do cosmos. Jamais poderia enumerar todas as espécies de emoções e sentimentos que me assaltava, nem teria a palavra exata para defini-los. Simplesmente, eu sentia tudo, tudo o que é permitido a um homem sentir, ou talvez ainda mais.

Em êxtase, eu amava, amava a todos humanos, a todos os seres. E amava ainda mais aquela mulher, não em um amor sexual, mas como quem amava uma deusa, um ser nascido do mais esplêndido sonho, que, em beijos e ternuras inefáveis, fez com que eu vivesse a mais marcante e inesquecível sensação de minha vida. Caminhávamos por entre flores multicoloridas e impregnadas de paradisíacos aromas, por campos infindos, observados por miríades de animais de vários cantos do planeta. Dentro de mim somente havia um incêndio vulcânico avassalador.

E a Sinfonia estranha, então, passou a carregar-me por outros absurdos inimagináveis, regiões insondáveis habitadas pelos deuses, criaturas, elementais e demais seres inverossímeis das mais exacerbadas mitologias, enquanto uma tempestade de sentimentos e sensações sublimava-me e torturava-me incessantemente. Tive a terrível impressão de que meu peito iria explodir devido ao extremo fervilhar de meu mundo emocional, que em turbilhões fazia-me ascender aos céus e cair em infernos dentro de mínimos segundos. Sei que estive a um passo da morte, porque estive a um passo de viver toda a vida, de compreender todas as filosofias, todas as ciências, todas as religiões. A um passo de todas as verdades, de conhecer o mais intimo segredo do homem, o mais oculto arcano do cosmo, o mais profundo mistério de Deus, o enigma da morte, o porquê do amor...

O amor era toda a minha existência, o universo em que vivia imerso, na compreensão de todo o mal da humanidade. E eu vivenciava extraordinárias batalhas, guerras apocalípticas entre arcanjos e demônios, colossais derramamentos de sangue, explosões atômicas, vislumbrava exércitos de todas as formas e com todas as armas, humanos, extraterrenos, sobrenaturais, em lutas intermináveis, armagedônicas, titânicas, em cataclismas absolutos. Era o fim e o recomeço de todos os elementos universais.

Eu carregava nas minhas costas a dor de todos os seres, e tinha forças para fazê-lo, dramático, vibrante, vitorioso, inatingível, amando incondicionalmente em meio à luz, soberano pela terra, conhecedor de tudo, mestre e senhor de todas as hierarquias e potestades, livre de tudo e de todos, absolutamente liberto e triunfante, tendo sempre a meu lado aqueles olhos puros... Enfim, eu era um deus! Um Deus!

Porém, a Sinfonia acabou. Estupefato, estarrecido, em estado de choque, eu deixei meu quarto e, como um sonâmbulo boquiaberto, dirigi-me à sala. Sentei-me no sofá, gotejando lágrimas pus as mãos no rosto. Não, eu não era um deus. Era um reles humano e voltava à minha miséria. Sem arte compreendi que não sou nada, não tenho nada, nada, muito menos o amor... Após o sublime vôo da arte, a queda brutal sobre a terra... E eu me perguntava o porquê, o fantástico porquê, o massacrante porquê...

quarta-feira, 27 de junho de 2007

BOAS VINDAS...

Boas vindas à todos, boas vindas aos membros, aos não-membros, aos colaboradores e aos leitores, que não deixam de ser também colaboradores, boas vindas aos novatos, e aos dinossauros desta casa, enfim, Boas Vindas...

Há alguns anos eu começava minha vida rpgística virtual na antiga SpellBrasil, sob o nome de The Amazing Red Dragon (tá legal, podem rir...), até que um dia minha caixa de entrada recebeu o convite de Leonardo Marchi para participar de um fórum que ele acabara de criar, um fórum que mais tarde ficaria conhecido como RPG-X...

Nesse mesmo dia fiz meu cadastro, e para minha feliz surpresa fui o primeiro membro registrado, e pude acompanhar todo o crescimento desta que se tornou minha segunda casa, pelo menos quando estou online...

The Blade Lord, Hellscream e finalmente Leon de la Torre...esse sou eu, que vos dou boas vindas...e para completar minha estréia neste blog, um pequeno conto que escrevi há algum tempo:



Sangue Inocente, diários de Leon de la Torre

Quando os últimos raios de sol deixaram o céu da Espanha naquele crepúsculo eu despertei, a lua cheia iluminava aquela bela noite de verão com sua luz pálida enquanto soprava uma agradável brisa, e do alto de minha torre eu podia vislumbrar boa parte daquelas terras com meus olhos de predador.

Podia avistar ao longe uma porção de aldeias típicas daquela época, podia ver as colinas ao leste, cobertas de grama e rochas onde durante o dia os pastores levavam seus rebanhos, podia ver o bosque mais ao sul, e dentro do bosque, caminhando à passos apressados, podia ver minha presa.

Uma bela jovem caminhava apressada pelas matas, tentando alcançar sua aldeia o mais rápido possível, sabendo o perigo que a espreitava enquanto caminhasse sozinha na noite nas redondezas da velha torre.

Provavelmente perdeu a hora de voltar para casa enquanto apreciava as belezas naturais desta fértil região, e mal sabia que estava prestes a pagar um alto preço por este atraso.

Através da noite eu me aproximei da jovem com a rapidez do vento, podia sentir os batimentos acelerados de seu coração, o medo em sua face, a respiração pesada, o suor escorrendo sobre sua testa, e me deliciava imaginando o sabor de seu sangue.

Rapidamente o ambiente estava envolto em trevas tão densas que cobriam quase completamente a luz do luar, agora não havia mais para onde ela pudesse fugir, deixei que ela visse minha silhueta entre as sombras à sua frente, e quando a jovem tentou fugir na direção oposta lá estava eu, bem à sua frente, olhando fixamente em seus olhos.

Dominada pelo pavor ela não tentou mais correr, levemente eu toquei seu rosto, pude sentir seu corpo todo estremecer ao toque gélido de minha mão, mas ela não fugiu, não podia, aproximei-me lentamente e sussurrei ao seu ouvido:

- Não tema minha bela jovem, estás prestes a sentir o maior prazer de sua vida, é uma pena que será também o último...

Dizendo isso dei-lhe um beijo no pescoço e em seguida me alimentei de seu sangue. Ela me abraçava com força, gemendo e se contorcendo de prazer como se estivesse com um amante, até que suas forças se esvaíram.

Exausta ela desmaiou, o sabor de seu sangue jovem enchendo minha boca e correndo por meu corpo me deliciava, e lá mesmo, deitada no meio do bosque eu a deixei, moribunda, entregue à própria sorte, ou falta desta. Uma jovem inocente sacrificada em nome de uma besta, mais uma vítima da Sombra da Torre.

segunda-feira, 25 de junho de 2007



O vídeo mais engraçado que já apareceu lá no fórum, eu ri dele TODAS as vezes que vi.

domingo, 24 de junho de 2007

Desnudando os dados

_Ei, você joga RPG?
_Jogo.
_Que bacana! Adoro gente doida!
_Não é bem assim...
_Faz uma esquisitisse aí pra mim!
_Você já pensou em terapia?
_Já. E a sua mãe?
_Vai bem, obrigado.

Meu nome é Pires. Dado Pires. Na verdade esse não é meu nome, mas gosto de manter certas tradições. Apelidos não deixam de se tornar uma tradição em nossas vidas. Muitas outras coisas também se tornam. O RPGX com certeza. Uma tradição de amigos bytes interessados por um algo em comum. Uma espécie de doideira. Uma espécie de terapia. Um estilo de confraternizar. Um estilo de vida. Este que se desnuda é apenas mais um espaço para esses caras tão loucos, especiais e únicos. Um grande "Hurra!" para todos nós.

Eu jogo RPG. Metalinguisticamente um dado jogando dados. E sonhando.

Eu sou um pouco louco. Eu sou bastante feliz.

Bem vindos a esse blog!

dado pires - por vezes Flavius.

sábado, 23 de junho de 2007

MINHA ESTRÉIA AQUI

No dia 19/09/2006 a convite de Rita me tornei membro do RPG-X. Depois de 53 dias fui convidadada a moderar a sessão "Contos e Poesias". No decorrer desses nove meses (uma gestação completa!!!) pude sempre contar com todos, em especial com Leonardo e Rita, que são como Anjos da Guarda pra mim. Agradeço a recepção que sempre tive e as oportunidades de poder colaborar com o crescimento do site. Este Blog é produto desse lugar que abriga pessoas radiantes. É um imenso prazer fazer parte!

Bom, pra iniciar minhas postagens aqui, escolhi a primeira que fiz no forum, um poema, postado lá no dia em que fui registrada. Boa (re)leitura para todos!


SOLAR

" Sinto as primeiras luzes
de uma dia que cai sobre mim
como minha imortalidade...
Já disse que odeio toda essa claridade...
mas a beleza me fascina
me sinto morta,e iluminada...

Ouço os mesmos sons...
bizarros, vindos do dia
caindo sobre mim...
Leve-me daqui...
proteja-me da luz...
salve-me...
Você é o único
que não posso ter...
o único que pode me levar daqui...
Não sou tão forte assim
sua sutileza em forma de luz pode me matar
leve-me daqui...
Deixe-me morrer
pra voltar a vida
apenas leve-me pra longe da luz..."


quinta-feira, 21 de junho de 2007

Estréia!!!!

Nos idos de 2004, era verão, sol a pino, e como todo bom nerd, eu passando as tardes de sábado trabalhando no computador para construir um fórum, não um fórum comum, mas um fórum decente que pudesse acolher outros como eu, que gostavam de um monte de coisa, de Xadrez a Vale-Tudo e que não encontrava na net um espaço para rpgistas. Pois bem nascia assim o RPG-X, na verdade o site se chamava A TAVERNA, uma parceria minha e de um bom amigo meu, mais tarde ainda naquele ano nascia o RPG-X propriamente dito, que ainda não era chamado assim, mas tinha a proposta que o site tem hoje, um ano depois veio a ter o nome que tem hoje.

Anos se passaram e depois de conhecer muita gente interessante, e apesar de não ter conhecido um neto bastardo do meu bisavô, o site virou um portal, com imagens, aventuras, artigos e um monte de coisa que eu não vou ficar escrevendo aqui porque eu já to ficando chato com esse rodeio todo.

Tudo isso pra dizer que o que importou mesmo foram os amigos-bytes, amigos esses que criaram esse espaço maravilhoso, ou como disse a Agnes um resumo do que acontece no site, e que eu prefiro chamar de uma seleção do que melhor rola por lá.

Seja todos muito bem vindos, aos amigos um sincero abraço e um muito obrigado por acolherem esse projeto com tanto carinho e dedicação, e aos visitantes deixo um convite para que conheçam nossa turma de gente boa de todo tipo, mas de gente amiga que se encontra em poucos lugares.


Leonardo Marchi de Sousa.
Seu amigão da vizinhança.