segunda-feira, 13 de agosto de 2007

Campeões da Arena - 3

n# E lá vamos nós com o terceiro campeão! Ai, ai, será que conseguirei chegar ao décimo (já estamos na décima Atividade Quinzenal)?
# O post 1 dos campeões explica o que é esse negócio de Arena e Atividades Quinzenais, é só dar uma buscazinha rápida ali nos arquivos, ou, melhor ainda, se registrar no RPG-X! \o/
# A Atividade Quinzenal teve como tema ET's e durou até 11/2/2007
# Um doce pra quem adivinhar o campeão! Sim, ele! Garret, tricampeão da Arena, medalhista de ouro absoluto! O.O
# Conto muito bom, aproveitem! E acessem o RPG-X para conhecerem os outros textos, que, embora não tenha sido campeões, merecem a leitura por serem ótimos.
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Eu ET?


- Senhor, acho melhor reconsiderar esta idéia. - disse o jovem. - Com todo respeito que tenho por sua inteligência abençoada, tenho que descordar do que está tencionando fazer.
- Não tenciono fazer nada jovem aprendiz, já fiz. Tenho autoridade suficiente para isto. Nossas tropas partiram antes da aurora com ordens de exterminar qualquer ser vivo que encontrar. - O lí­der falou firmemente com uma expressão rí­gida que inibia (por medo ou respeito) mais perguntas. - Estes Ets não merecem viver.
O aprendiz abaixou a cabeça e voltou para seu assento próximo a janela a fim de confirmar o que seu mestre acabara de dizer. Mesmo de tão longe pode ver um planeta em guerra. Explosões aconteciam a todo o momento. Naves partiam e retornavam freneticamente levando a destruição daquele planeta.
O jovem virou e apanhou sobre a mesa sua luneta telescópica de hiper-aproximação.
Mirou o planeta e entre destroços e explosões atentou para uma cena.
Viu um dos ETs que corria desesperadamente.
Aproximou mais a imagem e notou lágrimas na face daquele ser. Viu o terror naquele rosto. O medo, desilusão, a dor.
- Eles choram como nós. - disse baixinho o aprendiz. - Que direito temos de decidir quem vive e quem morre? Destruindo os outros, mesmo que sejam diferentes de nós, no fim, nos destruí­mos.
Acompanhou o ET pela luneta. Ele estava cansado e não demorou muito até que caiu morto atingido por uma explosão. Seu corpo frágil jazia ao chão, inerte.
O aprendiz depositou a luneta no mesmo lugar que ela estava poucos minutos atrás e fechou a janela pensativo. Pouco depois, seu mestre retornou e dirigiu-lhe suas ordens.
- Onde está meu diário? Quero que anote o que irei dizer. - disse o mestre enquanto sentava em sua poltrona.
E estas foram as palavras escritas no diário de bordo do Capitão Borvório:
#
15 de janeiro do ano de 2120
#
Acabamos neste instante, de forma arrasadora, com toda a raça de Ets deste planeta.
Não foi uma tarefa difí­cil pois perdemos poucos dos nossos. Eles não mereciam a vida.
Destruí­am seus próprios recursos e seus pares. Com nossos esforços de guerra, conseguimos salvar o que restou deste planeta que servirá para nós como base de suprimentos.
Planeta este de nome Terra.
Seus habitantes, cuja raça denominava-se humanos, está para sempre, erradicada.
Eu, Borvório, declaro que nós, os Talmarianos, triunfamos novamente e que qualquer Extra-Talmariano inconseqüente será tratado como inimigo, assim como estes Humanos, foram.
#
O aprendiz esperou que seu mestre saí­sse da sala para logo depois quebrar sua luneta enquanto pensava no dia em que alguém o observaria de algum lugar, com uma luneta talvez parecida com a sua, e o veria correr com lágrimas na face desesperado até cair morto por uma explosão.

sábado, 11 de agosto de 2007

SEUS DEDOS




Oi, gente

Esse mini conto foi publicado no site www.rpgx.com.br/forum na sessão 'contos e poesias' e recentemente no Blog da Strix: www.strixcorujando.blogspot.com
Está também em meu Blog e agora publico aqui. DETALHE: As mãos da imagem são minhas!!!!


Boa leitura a todos!



SEUS DEDOS



“Morri há 3 anos, junto a Laura. Meus dias tem sido procissões infinitas de dor e solidão. Laura, Laura. Minha Laura. Porque as outras não são como você foi? Busco incessantemente sua alma em outros corpos, inutilmente. Em algumas vi algo que lembrava minha amada, mas a alma apenas ela tinha. Única. Minha. Imortal.

Tomado pelo desespero dos dias frios e solitários, penetrando corpos sem vida de mulheres estranhas e sem o perfume de Laura, fui invadido pelo desejo de refazê-la. Isso mesmo, em pedaços ela voltaria aos meus braços. Minha loucura ganhou imensas dimensões e todas as noites eu saía em busca do meu amor em fragmentos.

Não foi difícil encontrar os lábios, as pernas, os seios. As noites me traziam lentamente o que a morte me tomou. Laura viria. Estava se refazendo pra mim. Muitas mulheres a quem chamo de Santas me devolviam o corpo dela. A alma eu retinha em lembranças eternas.

Eu estudava minha vítima minuciosamente. E após seduzi-la, eu poderia conferir todo o corpo e assim tomava pra mim a parte que parecesse com o meu amor. Minha Laura. Foram muitos corpos, muitas noites, muito sangue. “



_ Porque está em contando esta estória? É tão triste e bizarra.
_ Não é apenas uma estória. Você é parte dela.
_ Eu? O que está dizendo?
_ Seus dedos...

TODAS AS MULHERES VÃO ADORAR ESSE CONTO

Olá,leitores


Esse é mais um conto do Giorgio Boy, que com certeza vai agradar, especialmente às mulheres!!Diversão garantida!

Boa leitura!

TODAS AS MULHERES VÃO ADORAR ESSE CONTO


Há anos que aquele satélite artificial maior que quatro edifí­cios paira em órbita da Terra. Lugar mais óbvio não podia haver, nem mais prático para a base de operações de uma ONG que se dedicava a viagens no tempo e no espaço. Não espaço sideral, e sim geográfico, visto que apenas em certos desenhos animados e séries de televisão capengas um fulano entra numa máquina do tempo em uma cidade no interior do interior do Oregon, EUA, e sai em plena França napoleônica.

Dentro da base, num corredor fervilhando com pessoas que iam e vinham, a bela afrodescendente (como querem os política, cansativa e enjoativamente corretos) aguardava pelo marido. Escutou seu próprio nome gritado ao longe:

_ Têmpora!
_ Crânio! ? respondeu ela.

Do esposo alto, atlântico e de igual ascendência negra, recebeu um abraço forte, com gosto de saudade. Aquilo a deixou ao mesmo tempo feliz e surpresa:

_Puxa! Nem parece que a gente se viu hoje de manhã!
_ Pra você foi hoje de manhã! Pra mim foram duas semanas! Vamos almoçar e eu te conto!

Deram-se as mãos. Ela não percebeu a troca de olhares entre seu marido e um colega de serviço que encostava uma das várias portas da máquina de viagens temporais.


**********

_ COMO É QUE É? _ rugiu Têmpora.
_ Pois e... não deu pra evitar. _ rebateu Crânio, maos espalmadas e olhos baixos.
_ Você... você...
_ Tinha uma legião romana inteira atrás de mim. A mulher só concordou em me ajudar se eu... isso é­ que eu já te contei! Acho que ela nunca tinha visto um negão na vida e ficou curiosa em saber como... Enfim... Não me olha com essa cara! Eu podia ter morrido!
_ Seu...
- Amor, você està calva de saber que os agentes secretos estão sujeitos a esse tipo de situação, digamos... sensual.
_ Você me traiu com a Maria Madalena! _ desafinou Têmpora.
_ Pára e pensa: foi num passado em que a gente nem se conhecia! Nem você nem eu tí­nhamos nascido! Logo, não teve traição. _ afirmou o marido, com uma segurança inacreditável.
_ Como não, Crânio? Uma coisa é o tempo nessas viagens, outra é o tempo real, este aqui em que eu e você estamos, e neste tempo nós somos casados! Você me traiu, sim!

Crânio ergueu a palma da mão esquerda na direção da esposa:

_ Têmpora... por favor... Contenha-se. A gente tá no ambiente de trabalho e não é de bom tom discutir esses assuntos em público. Em casa a gente resolve isso.
_ Ma... ah...
_ Agora, me dá licença que eu preciso fazer o relatório dessa missão. Te amo, viu?

No meio do refeitório cheio, Têmpora, incrédula, ganhava um beijo estalado na testa. Crânio a abandonava solitária, cara de choro e indignação diante dos pratos e talheres.

De volta ao corredor repleto de gente, o rapaz que tinha encostado uma das portas temporais parecia ansioso, ao agarrar o braço do colega:

_ E aí­, Crânio? Funcionou?
_ Funcionou! Graças às suas dicas, cara! Valeu!
_ O pior já passou: você contar o que fez.
_ E agora? _ quis saber Crânio.
_ Agora? Agora sua esposa vai pensar no assunto. Assimilar o golpe. Quando você voltar pra casa, ela já vai estar mais calma e vai te perdoar. Mulher é tudo igual, não falha. Elas sabem que 'homem é assim mesmo...!_

**********

Ele retornou ao lar assobiando. Enquanto abria a porta e pensava em chamar a esposa pelo nome, sentiu o aroma de seu prato favorito. Têmpora o recebeu muito bem produzida: maquiagem, cabelo, unhas e um lindo vestido azul.

_ Oi, querido!

_Se eu soubesse que seria recompensado desse jeito toda vez que pulasse a cerca, tinha começado mais cedo_ pensou Crônio. Só pensou. Não ia abusar da paciência da esposa nem tocar no assunto:

_ Que cheiro gostoso! Conchiglione de quatro queijos!
_ Fiz pra você! Vem! _ convidou ela.

Mesa posta para dois, decoração caprichada. Teria a esposa envenenado a comida? Não. Nada de pratos separados e prontos. Cada um fez o seu próprio. Crânio, precavido, esperou Têmpora começar a comer. A última refeição do condenado? Nada! Talvez o amigo tivesse razão. A esposa o perdoou pelo deslize.

Ao final do jantar, Têmpora trouxe uma garrafa de vinho que Crânio fez questâo de abrir e servir. Antes de levar o copo aos lábios, a esposa pegou na mão do marido:

_ Viu, eu pensei na nossa conversa lá no refeitório.

Crânio nâo bebeu o vinho para não engasgar:

_ E?
_ E... você tinha razão.

Afirmação surpreendente, vinda dela.

_ Você estava no passado quando aquilo aconteceu. Se tivesse acontecido no futuro não teria sido a mesma coisa?
_ Como assim?
_Você disse que nâo houve traição porque foi numa época em que nem você nem eu tí­nhamos nascido, certo?
_ Certo.
_ Pois eu acabei de voltar de uma missão no futuro. Pra impedir a Quinta Guerra Mundial, eu precisei... hãn... persuadir um general japonês. Olha, o que falam das atribuições fí­sicas dos japoneses_ disse ela, quase encostando os dedos indicador e polegar _ pelo menos no caso daquele, é mentira.

O vinho da taça de Crânio molhou a toalha da mesa. Sua boca tremia. Sua respiração ficava difí­cil:

_ Têmpora, você não... não...
_ Ficar na boa, meu lindo... O que aconteceu entre mim e o japoronga foi daqui a vários séculos! Nem esquenta com uma possí­vel futura traição...! Pro lugar onde eu fui, nem nossos bisnetos existem mais!
_ Ma... ah... E o lance do tempo cronológico e real?

Antes de responder, para manter o suspense, Têmpora sorveu todo o vinho da taça.

_ E­ eu cito Einstein, um dos responsáveis pelas teorias que permitiram as viagens no tempo: 'Tudo é relativo!

sábado, 4 de agosto de 2007

PRA VOCÊ DORMIR



Olá, leitores


Esse poeminha é de minha autoria, não é muito recente...É romântico como eu e fiz pensando no meu namorado,num instante de paixão incendiária.

Boa leitura!!!


PRA VOCÊ DORMIR

"Canções de ninar
carí­cias em seus braços
um teto escuro
com estrelas imaginárias...
Travesseiro macio
lençóis mornos
pí­lulas na sua mão
Meus olhos te queimando
te induzindo ao meu sonho
pra você dormir eu canto em seu ouvido
Pí­lulas pra você ouvir
pra você sentir
pra você dormir...
"

POSTAGENS FIXAS PERSONALIZADAS

Olá, leitores


Na sessão "Contos e Poesias" temos os postadores fixos diariamente,além dos aleatórios.Recentemente tive a idéia de personalizar esses dias, e cada escritor escolheu a sua maneira. O resultado final ficou assim:

DOMINGO (Rita): "Domingo com Rita"

SEGUNDA (Mayra):"Segunda das Fadas"

TERÇA (Agnes): "Terça Agnesca"

QUARTA(Giorgio):"Quarta Letal"

QUINTA(Reiffer):"Quinta Apocalíptica"

SEXTA(Strix): "Experimento da Sexta"

SÁBADO (Livre)"Sábado Retrô"


O Sábado Retrô é o dia onde qualquer membro republica mensagens antigas, de membros inativos do forum.

Visitem o forum e confira as postagens: www.rpgx.com.br/forum

Campeões da Arena - 2

# Acabei atrasando essa postagem, mas tudo bem. ¬¬"
# Oi, gente, trago para vocês o campeão da segunda Atividade Quinzenal da Arena Literária (explicações sobre o que é Arena no post dos Campeões nº 1 - é só dar uma busca no arquivo).

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Atividade Quinzenal 002 - Tema: Natal - Duração: até o dia 25/12 (bem apropriado)
Vencedor: Garret Gonzales (em seu bicampeonato :D)

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Olé pessoas,
Meu singelo texto natalino.


Um pedido de Natal
Nº de palavras: 496
O garotinho olhava pela janela aberta no segundo andar da casa.
Era véspera de Natal e ele estava triste.
Completava uma semana desde a morte de seus pais.
Contemplando o céu tingido de negro, imaginava se Papai Noel estava zangado com ele. Porque deixou que seus pais morressem? Como ele iria ficar feliz quando sua avó lhe presenteasse com aquele videogame que seu pai lhe prometera? Eram pensamentos dolorosos para um garotinho.
As lágrimas escorriam pela face e salgavam os lábios secos. Olhando para as estrelas sussurrou um pedido de Natal:
- Por favor Papai Noel, traga meus pais de volta!
Fechou a janela e foi correndo até a cama cobrir-se para que o dia de Natal chegasse rápido.
Adormeceu.
Mas não por muito tempo...
Era madrugada quando acordou sentindo frio.
Estranhou a janela aberta e ficou feliz por sua avó não ter visto aquele descuido.
- Se você for dormir sem fechar esta janela novamente, vai apanhar de cinto. - Ela disse da última vez.
O vento trouxe um odor que começou estranho e pouco depois passou a nojento. Lembrava a comida apodrecida que o garotinho tinha de levar para o lixo no quintal depois do almoço.
Levantou-se e foi até a janela.
Mais uma vez contemplou o céu noturno.
O vento soprou-lhe no rosto e um leve ruí­do o fez virar.
Ouviu uma voz rouca e mórbida vinda da porta:
- Amorzinho? É a mamãe. - disse a voz que aproximava-se.
O menino correu até o interruptor e acendeu a luz, os olhos fixos na passagem do quarto.
Somente o silêncio.
Olhou pela porta e deparou-se com um corredor escuro e vazio.
Algo na voz que ouvira, despertou-lhe medo.
O odor pútrido retornou mais forte.
Enquanto seus olhos buscavam aflitos alguma explicação, ouviu um ruí­do em sua cama e logo após, a voz:
- Amorzinho, vem deitar com a mamãe.
O garotinho virou-se lentamente e contemplou sua mãe.
O corpo apodrecido apresentava uma cor arroxeada, dos buracos na face brotavam-lhes vermes encardidos.
- Mamãe? - sussurrou o garotinho sabendo em seu í­ntimo estar diante de algo que não gostaria de presenciar.
O cadáver estendeu a mão para ele com um sorriso assustador na face.
- Você não é minha mãe! - gritou para depois disparar pelo corredor.
Soluçava de medo.
Dera poucos passos até que braços fortes detiveram-no suspendendo-lhe no ar.
Era seu pai.
O corpo gelado e uma voz terrivelmente demoní­aca fizeram-no perder as forças.
- Garoto feio. Assim vai ficar de castigo. - disse carregando o garotinho para o quarto novamente.
Deitado na cama, olhos arregalados e inerte, o menino era acariciado por sua mãe moribunda enquanto o pai observava-o de frente a janela aberta.
Lentamente o garotinho adormeceu um sono apavorante sem saber se voltaria a acordar. Antes porém, não deixou de notar que da boca de seu pai saí­a um enorme besouro preto.
O último som que ouviu veio da boca morta de sua mãe:
- Feliz Natal, amorzinho!