sábado, 4 de agosto de 2007

Campeões da Arena - 2

# Acabei atrasando essa postagem, mas tudo bem. ¬¬"
# Oi, gente, trago para vocês o campeão da segunda Atividade Quinzenal da Arena Literária (explicações sobre o que é Arena no post dos Campeões nº 1 - é só dar uma busca no arquivo).

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Atividade Quinzenal 002 - Tema: Natal - Duração: até o dia 25/12 (bem apropriado)
Vencedor: Garret Gonzales (em seu bicampeonato :D)

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Olé pessoas,
Meu singelo texto natalino.


Um pedido de Natal
Nº de palavras: 496
O garotinho olhava pela janela aberta no segundo andar da casa.
Era véspera de Natal e ele estava triste.
Completava uma semana desde a morte de seus pais.
Contemplando o céu tingido de negro, imaginava se Papai Noel estava zangado com ele. Porque deixou que seus pais morressem? Como ele iria ficar feliz quando sua avó lhe presenteasse com aquele videogame que seu pai lhe prometera? Eram pensamentos dolorosos para um garotinho.
As lágrimas escorriam pela face e salgavam os lábios secos. Olhando para as estrelas sussurrou um pedido de Natal:
- Por favor Papai Noel, traga meus pais de volta!
Fechou a janela e foi correndo até a cama cobrir-se para que o dia de Natal chegasse rápido.
Adormeceu.
Mas não por muito tempo...
Era madrugada quando acordou sentindo frio.
Estranhou a janela aberta e ficou feliz por sua avó não ter visto aquele descuido.
- Se você for dormir sem fechar esta janela novamente, vai apanhar de cinto. - Ela disse da última vez.
O vento trouxe um odor que começou estranho e pouco depois passou a nojento. Lembrava a comida apodrecida que o garotinho tinha de levar para o lixo no quintal depois do almoço.
Levantou-se e foi até a janela.
Mais uma vez contemplou o céu noturno.
O vento soprou-lhe no rosto e um leve ruí­do o fez virar.
Ouviu uma voz rouca e mórbida vinda da porta:
- Amorzinho? É a mamãe. - disse a voz que aproximava-se.
O menino correu até o interruptor e acendeu a luz, os olhos fixos na passagem do quarto.
Somente o silêncio.
Olhou pela porta e deparou-se com um corredor escuro e vazio.
Algo na voz que ouvira, despertou-lhe medo.
O odor pútrido retornou mais forte.
Enquanto seus olhos buscavam aflitos alguma explicação, ouviu um ruí­do em sua cama e logo após, a voz:
- Amorzinho, vem deitar com a mamãe.
O garotinho virou-se lentamente e contemplou sua mãe.
O corpo apodrecido apresentava uma cor arroxeada, dos buracos na face brotavam-lhes vermes encardidos.
- Mamãe? - sussurrou o garotinho sabendo em seu í­ntimo estar diante de algo que não gostaria de presenciar.
O cadáver estendeu a mão para ele com um sorriso assustador na face.
- Você não é minha mãe! - gritou para depois disparar pelo corredor.
Soluçava de medo.
Dera poucos passos até que braços fortes detiveram-no suspendendo-lhe no ar.
Era seu pai.
O corpo gelado e uma voz terrivelmente demoní­aca fizeram-no perder as forças.
- Garoto feio. Assim vai ficar de castigo. - disse carregando o garotinho para o quarto novamente.
Deitado na cama, olhos arregalados e inerte, o menino era acariciado por sua mãe moribunda enquanto o pai observava-o de frente a janela aberta.
Lentamente o garotinho adormeceu um sono apavorante sem saber se voltaria a acordar. Antes porém, não deixou de notar que da boca de seu pai saí­a um enorme besouro preto.
O último som que ouviu veio da boca morta de sua mãe:
- Feliz Natal, amorzinho!

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