sábado, 11 de agosto de 2007

TODAS AS MULHERES VÃO ADORAR ESSE CONTO

Olá,leitores


Esse é mais um conto do Giorgio Boy, que com certeza vai agradar, especialmente às mulheres!!Diversão garantida!

Boa leitura!

TODAS AS MULHERES VÃO ADORAR ESSE CONTO


Há anos que aquele satélite artificial maior que quatro edifí­cios paira em órbita da Terra. Lugar mais óbvio não podia haver, nem mais prático para a base de operações de uma ONG que se dedicava a viagens no tempo e no espaço. Não espaço sideral, e sim geográfico, visto que apenas em certos desenhos animados e séries de televisão capengas um fulano entra numa máquina do tempo em uma cidade no interior do interior do Oregon, EUA, e sai em plena França napoleônica.

Dentro da base, num corredor fervilhando com pessoas que iam e vinham, a bela afrodescendente (como querem os política, cansativa e enjoativamente corretos) aguardava pelo marido. Escutou seu próprio nome gritado ao longe:

_ Têmpora!
_ Crânio! ? respondeu ela.

Do esposo alto, atlântico e de igual ascendência negra, recebeu um abraço forte, com gosto de saudade. Aquilo a deixou ao mesmo tempo feliz e surpresa:

_Puxa! Nem parece que a gente se viu hoje de manhã!
_ Pra você foi hoje de manhã! Pra mim foram duas semanas! Vamos almoçar e eu te conto!

Deram-se as mãos. Ela não percebeu a troca de olhares entre seu marido e um colega de serviço que encostava uma das várias portas da máquina de viagens temporais.


**********

_ COMO É QUE É? _ rugiu Têmpora.
_ Pois e... não deu pra evitar. _ rebateu Crânio, maos espalmadas e olhos baixos.
_ Você... você...
_ Tinha uma legião romana inteira atrás de mim. A mulher só concordou em me ajudar se eu... isso é­ que eu já te contei! Acho que ela nunca tinha visto um negão na vida e ficou curiosa em saber como... Enfim... Não me olha com essa cara! Eu podia ter morrido!
_ Seu...
- Amor, você està calva de saber que os agentes secretos estão sujeitos a esse tipo de situação, digamos... sensual.
_ Você me traiu com a Maria Madalena! _ desafinou Têmpora.
_ Pára e pensa: foi num passado em que a gente nem se conhecia! Nem você nem eu tí­nhamos nascido! Logo, não teve traição. _ afirmou o marido, com uma segurança inacreditável.
_ Como não, Crânio? Uma coisa é o tempo nessas viagens, outra é o tempo real, este aqui em que eu e você estamos, e neste tempo nós somos casados! Você me traiu, sim!

Crânio ergueu a palma da mão esquerda na direção da esposa:

_ Têmpora... por favor... Contenha-se. A gente tá no ambiente de trabalho e não é de bom tom discutir esses assuntos em público. Em casa a gente resolve isso.
_ Ma... ah...
_ Agora, me dá licença que eu preciso fazer o relatório dessa missão. Te amo, viu?

No meio do refeitório cheio, Têmpora, incrédula, ganhava um beijo estalado na testa. Crânio a abandonava solitária, cara de choro e indignação diante dos pratos e talheres.

De volta ao corredor repleto de gente, o rapaz que tinha encostado uma das portas temporais parecia ansioso, ao agarrar o braço do colega:

_ E aí­, Crânio? Funcionou?
_ Funcionou! Graças às suas dicas, cara! Valeu!
_ O pior já passou: você contar o que fez.
_ E agora? _ quis saber Crânio.
_ Agora? Agora sua esposa vai pensar no assunto. Assimilar o golpe. Quando você voltar pra casa, ela já vai estar mais calma e vai te perdoar. Mulher é tudo igual, não falha. Elas sabem que 'homem é assim mesmo...!_

**********

Ele retornou ao lar assobiando. Enquanto abria a porta e pensava em chamar a esposa pelo nome, sentiu o aroma de seu prato favorito. Têmpora o recebeu muito bem produzida: maquiagem, cabelo, unhas e um lindo vestido azul.

_ Oi, querido!

_Se eu soubesse que seria recompensado desse jeito toda vez que pulasse a cerca, tinha começado mais cedo_ pensou Crônio. Só pensou. Não ia abusar da paciência da esposa nem tocar no assunto:

_ Que cheiro gostoso! Conchiglione de quatro queijos!
_ Fiz pra você! Vem! _ convidou ela.

Mesa posta para dois, decoração caprichada. Teria a esposa envenenado a comida? Não. Nada de pratos separados e prontos. Cada um fez o seu próprio. Crânio, precavido, esperou Têmpora começar a comer. A última refeição do condenado? Nada! Talvez o amigo tivesse razão. A esposa o perdoou pelo deslize.

Ao final do jantar, Têmpora trouxe uma garrafa de vinho que Crânio fez questâo de abrir e servir. Antes de levar o copo aos lábios, a esposa pegou na mão do marido:

_ Viu, eu pensei na nossa conversa lá no refeitório.

Crânio nâo bebeu o vinho para não engasgar:

_ E?
_ E... você tinha razão.

Afirmação surpreendente, vinda dela.

_ Você estava no passado quando aquilo aconteceu. Se tivesse acontecido no futuro não teria sido a mesma coisa?
_ Como assim?
_Você disse que nâo houve traição porque foi numa época em que nem você nem eu tí­nhamos nascido, certo?
_ Certo.
_ Pois eu acabei de voltar de uma missão no futuro. Pra impedir a Quinta Guerra Mundial, eu precisei... hãn... persuadir um general japonês. Olha, o que falam das atribuições fí­sicas dos japoneses_ disse ela, quase encostando os dedos indicador e polegar _ pelo menos no caso daquele, é mentira.

O vinho da taça de Crânio molhou a toalha da mesa. Sua boca tremia. Sua respiração ficava difí­cil:

_ Têmpora, você não... não...
_ Ficar na boa, meu lindo... O que aconteceu entre mim e o japoronga foi daqui a vários séculos! Nem esquenta com uma possí­vel futura traição...! Pro lugar onde eu fui, nem nossos bisnetos existem mais!
_ Ma... ah... E o lance do tempo cronológico e real?

Antes de responder, para manter o suspense, Têmpora sorveu todo o vinho da taça.

_ E­ eu cito Einstein, um dos responsáveis pelas teorias que permitiram as viagens no tempo: 'Tudo é relativo!

2 comentários:

Adriana Rodrigues disse...

# É isso mesmo, homem safado tem é que levar ferro! Heheee! >:D

# Bjins!

# Strix, que não suporta esse tipinho :D

Agnes Mirra disse...

Esse foi um dos contos mais hilários do Giorgio! Sempre bem bolado, envolvente e leve...ele sempre arrebenta!E a gente morre de rir!