quinta-feira, 18 de outubro de 2007

CRÔNICA

Olá, leitores

Agora vou postar uma crônica do Giorgio Boy, um texto muito bom que nos transporta a anos atrás... Adorei e com prazer publico aqui para apreciação de vocês!

Boa leitura a todos!


SAUDADE


Ah, meu tempo de menino...! Um forte suspiro e quase chego a chorar. Como eu brincava! As crianças de hoje em dia nem fazem idéia do que é diversão. Aquilo que era infância, naum o que a molecada de hoje tem!

Era muito da hora gastar horas de minha vida detonando inimigos, tirando rachas ou sangrando mortos-vivos no meu Play Station! Eu tinha uma galera de mais de cem amigos ao alcance da minha mão, a um simples teclar do MSN. Desses, pelo menos uns cinco tavam sempre on-line! E aí, depois das aulas, a gente combinava uma partida de Counter Strike. Cada um na Lan House de seu Estado. Nunca conheci nenhum deles pessoalmente, nem jamais soube que caras eles tinham... Em vez de fotos, eles botavam outras imagens no MSN, no Orkut e nas páginas virtuais. Agora, se você perguntar os nomes, naum esqueço nenhum. Que falta me fazem meus amigos Wolverine, Margie Simpson, Super Mario, Kenny e Bob Esponja!

Pelo MSN mesmo rolavam uns papos muito irados. Todo mundo tinha o seu celular e a gente enviava, uns pros outros, fotos de qualquer coisa. Altas gargalhadas: os mais tímidos, rs; os mais extrovertidos, LOL, huahuahuahauhauah e kkkkkk.

Mas nem tudo foi alegria na minha juventude. Perdi a inocência muito cedo, quando o meu Tamagochi – aquele bichinho virtual que a gente carregava num monitor que cabia no bolso – morreu pela primeira vez. Por mais que eu desse carinho e comida, ele acabava morrendo uma hora... Aprendi então a naum me envolver. Isso teve um lado bom; sofri muito pouco quando minha namorada, que morava do outro lado do Oceano Atlântico e com quem tive minha primeira vez numa sala de sexo virtual, terminou comigo por e-mail. Pra ela, nosso relacionamento estava ficando muito sério, muito profundo, e isso a assustava. Sofri, claro, mas nada que dois games novos comprados num camelô naum resolvessem.

Naum tinha saco pra pegar cinema. Era muito mais fácil e barato baixar filmes pela Internet e assistir no conforto do meu monitor de 14 polegadas. Dava até pra ver quando a galera no cinema se levantava, ria, gritava e batia palmas. Tenho um filme que eu nunca vou jogar fora: se escuta direitinho um figura que ficou peidando o tempo todo, kkkk!

A parada mais freak que eu tive foi num show de uma banda que lançou só um CD, de quem eu nem lembro o nome, nunca tinha ouvido nada deles, mas uns amigos que eu tinha acabado de conhecer no shopping me chamaram pra ir. Fiquei com uma mina que falava pobrema e menas, tomei um barato lá que ela me deu e caí, bebaço, doidão. Acordei dentro de uma ambulância, sem minha carteira, sem meu celular e o cabelo todo mijado. Nem assisti o show! Uhu, animal!

Quantas lembranças maravilhosas, quantos momentos felizes que guardo e guardarei para sempre na memória.

Mas na memória virtual, lógico. E com back-up, pra garantir.

Um comentário:

Anônimo disse...

Caramba! Achei isso aqui no susto! Faz um ano, quase! E tinha dois que eu tava com a San.

Abração!

Giorgio